O voto impresso tem sido o pivô das últimas tensões entre os três poderes, em Brasília. A discussão sobre o assunto esquentou depois que o presidente Jair Bolsonaro disse pela primeira que, sem a impressão dos votos, não haveria eleições em 2022. E a ameaça foi seguida de ataques ao Tribunal Superior Eleitoral.

Prontamente autoridades do Judiciário se manifestaram contra a declaração. Depois sobrou para o Legislativo. Uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo informou que o ministro da Defesa, Braga Netto, teria mandado um recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira. O general teria enviado um interlocutor político para avisar que, se a PEC do voto impresso não fosse aprovada, não haveria eleições em 2022.

O general Braga Netto negou a veracidade da reportagem e o vice-presidente Hamilton Mourão logo se pronunciou sobre o assunto, dizendo que não tem como impedir a realização das eleições.

Mas não parou por aí. A tensão aumentou depois que Bolsonaro utilizou a Empresa Brasileira de Comunicação, grupo de veículos públicos, e convocou a imprensa para apresentar, nas palavras dele, provas de que já houve fraudes nas urnas eletrônicas. Acontece que na hora ele mesmo confessou que não havia tais confirmações, apenas supostas evidências, que não passavam de vídeos com informações duvidosas, muitos deles já desmentidos antes.

Na live realizada pelo presidente e transmitida pela TV Brasil, houve novamente sucessivos ataques ao TSE. Como resposta, o tribunal abriu uma investigação contra Jair Bolsonaro sobre os ataques que ele tem feito à legitimidade das eleições. Além disso, a Corte pediu ao Supremo Tribunal Federal que o presidente da República seja incluído nas investigações sobre fake news.

Bolsonaro subiu o tom, mas contra Luís Roberto Barroso, e aliviou o ataque ao TSE. Ele disse que sua “briga” era com o presidente do tribunal. O voto impresso, objeto de toda essa briga, foi derrubado por uma comissão especial da Câmara. Mas Arthur Lira já avisou que vai levar o tema para o plenário da Casa.

Sobre essa tensão entre os Poderes, a apresentadora Joana Treptow conversou com o repórter da Band em Brasília Rodrigo Orengo. Confira!

Operação de áudio e sonorização: Erik Narciso Vernizzi
Coordenação: Stéfanie Rigamonti e Larissa Zapata
Edição de áudio: Stéfanei Rigamonti
Direção: Andre Basbaum