Em 1973, sonhando em ser cartunista, eu conheci um garoto que havia passado um período de estágio nos estúdios do Mauricio de Souza. O que me chamou a atenção foi que seus desenhos lembravam a turma da Mônica. Ele foi tão influenciado pelo estilo Mauricio de Souza que perdeu a personalidade. Seus desenhos não eram dele, mas um cover do Cebolinha. Aquilo me impactou profundamente. E naquele momento, aos 17 anos de idade, tomei a decisão de jamais permitir que aquilo acontecesse comigo. Eu nunca ficaria na sombra de ninguém. E fui assim a vida toda. Quando comecei a trabalhar com a Internet, aquela decisão prevaleceu. Nunca aceitei ficar debaixo de qualquer grande portal. Não. Eu não queria ficar como eles. Isso implicou diretamente no formato do Podcast Café Brasil, por exemplo, que nasceu com a missão de tocar músicas que não tocavam nas rádios. Eu queria liberdade, e isso me custou caro. Como independente, meu alcance sempre foi muito mais baixo, o impacto idem e a remuneração, nem se fala. Aí as mídias sociais surgiram, oferecendo aos geradores de conteúdo plataformas para que seu trabalho fosse divulgado. Muita gente entrou de cabeça e não demorou para que Youtube, Facebook, Instagram e outros tubarões começassem a impor suas regras. Primeiro as técnicas. Depois as ideológicas. E aí é o que estamos vendo: gente sendo cancelada, censurada e podada pelos donos das plataformas, que querem que os criadores de conteúdo pensem como eles, falem como eles, ajam como eles. Graças àquele cartunista de 1973, eu tô fora. Minha liberdade não tem preço. Este cafezinho chega a você com apoio do Cafebrasilpremium.com.br, conteúdo extra-forte para seu crescimento profissional
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