É no discurso público que compartilhamos as informações que, como cidadãos, precisamos para tomar nossas decisões sobre onde aplicar nossos recursos. Sejam eles tempo, dinheiro, energia ou...voto. Quando esse discurso público é tratado como puro entretenimento, dominado por ódio, tretas e pela diversão de ver quem humilha mais, ele deixa de carregar – e compartilhar – as informações que precisamos para orientar nossas vidas. Fica mais fácil para os canalhas aparecerem como os iluminados que sabem todas as respostas. Entendeu? Quando a busca pelos defeitos nos cega para as qualidades, quando a histeria para defender ou demonizar um lado nos cega paras complexidades, quando a animosidade destrói o respeito, nos tornamos reféns dos que se aproveitam da política do ódio. Semana passada fiz um post com um brilhante trecho de um texto de Gustavo Bertoche nas Iscas Intelectuais do Portal Café Brasil. Ele encerra uma reflexão sobre a quem interessa a política do ódio com este comentário: "Como podemos não ser meros peões no jogo das elites político-burocráticas? Talvez por meio do silêncio, quando todos à nossa volta gritam; da reflexão, quando todos à nossa volta se recusam a pensar; da ironia, quando todos à nossa volta querem crer; da galhofa, quanto todos à nossa volta levam a sério as palavras de ordem; e da coragem da solidão, quando todos à nossa volta desejam ardentemente participar do rebanho." Entendeu? Não seguindo a maioria só porque é maioria. Não seguindo a moda só porque é moda. Não repetindo o grito de guerra só porque é o da patota. Não assumindo que, porque foi publicado em todo lugar, é verdade. Não acreditando que aquele comentarista, ou este aqui, só porque está no rádio, na TV ou no Youtube, é o dono da verdade. See
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