Outro dia, alguém me perguntou como faço para lidar com os comentários discordantes em redes sociais. E eu disse prontamente: desde que eu perceba que a discordância da pessoa foi educada e ela sinceramente está exprimindo um ponto de vista, trato com educação e genuinamente interessado em compreender seu ponto. Alguém que me escreve discordando educadamente, está interessada em que eu produza o meu melhor. Então precisa ser bem recebida. O que não aceito é a falha de caráter. É alguém começar um raciocínio baseado numa premissa falsa, na desonestidade intelectual, numa notícia evidentemente manipulada, e a partir daí desfilar argumentos. Eu paro a leitura imediatamente, não perco meu tempo com a desonestidade intelectual. Sabe por quê? Porque mesmo num debate entre pontos de vista diferentes, tem de haver uma ética. Que parta do princípio de que os dois lados estão sendo honestos aos fatos. Tudo bem interpretar os fatos de forma diferente, é assim mesmo que funciona, mas eu disse in-ter-pre-tar. A pessoa tem contato com o fato e tira dele suas conclusões. E aí parte para o debate sobre suas conclusões. Mas o fato não muda. James R. Schlesinger, que foi Secretário de Defesa dos Estados Unidos nas gestões Nixon e Ford, disse uma frase sensacional: “Todos têm direito à suas próprias opiniões, mas não a seus próprios fatos.” Por isso, na tal ética do debate, é fundamental exercer a humildade do “essa é a minha opinião”, “foi isso que eu concluí”, “é isso que eu acho”. Entendeu? Assumir a responsabilidade por sua opinião, e não pelo fato. Vou continuar a reflexão neste vídeo
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