A palavra incivilidade é derivada do significado latino "não oriundo de um cidadão". Civilidade, portanto, compreende a forma como a pessoa gostaria ou acha que deveria ser tratada e como ela trata o próximo. Os atos de incivilidade não são violências físicas, mas sim “pequenas violências” que comprometem a chamada conduta socialmente desejável, ou seja, a interação civilizada entre as pessoas. Existe um consenso geral de que houve um aumento na descortesia e incivilidade nos últimos 20/30 anos, mas não há concordância quanto aos motivos desse aumento. A maioria dos especialistas sugere uma combinação de fatores individuais, familiares e organizacionais que contribuem para esse aumento. Por exemplo: os trabalhadores de hoje estão simplesmente estressados, porque muitas vezes são convidados a fazer mais trabalho e geralmente recebem menos suporte de suas lideranças. O local de trabalho também se tornou mais diversificado. Trabalhadores de diferentes origens podem reagir de forma diferente às situações. Os comportamentos que uma pessoa pode perceber como "frios" ou "grosseiros" podem ser vistos de forma diferente por outro indivíduo. Acabo de ler um post de um viajante falando de como ficou encantado com a cidade de Praga, capital da república Checa. Ao mesmo tempo, a pessoa se revelou assustada com a grosseria com que foi tratada nas lojas, restaurantes e hotéis. Qualquer pergunta era respondida com grosseria. O que a incomodou a princípio, logo se revelou um traço cultural daquele povo. O que para nós, no Brasil é considerado simpatia, gentileza, para eles é considerado bajulação e tentativa de obter benefícios. Em outras palavras, há também um elemento de subjetividade para a percepção da grosseria, assim como a beleza é nos olhos do espectador. Há quem defenda que o aumento da grosseria e incivilidade pode ser atribuído à família e ao efeito da tecnologia, como a televisão e a internet. Em nossa sociedade tecnologicamente focada, somos cada vez mais competentes para lidar com máquinas e software, e menos para tratar uns com os outros. E já vi pesquisas que indicam que o indivíduo grosseiro no trabalho é três vezes mais propenso a estar em uma posição mais alta do que o indivíduo que sofre a descortesia. É mole? Talvez por isso a sensação de que vivemos numa república de ogros. Vou continuar a reflexão neste vídeo
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